Posse ilegal de arma = 450 euros de multa
1. Mário Machado: "No dia 26 de Junho de 2004, o arguido foi encontrado na posse de um revólver calibre .22" - "um ano de prisão". - Mais aqui.
Em quarta-feira, outubro 22, 2008 5 comments
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«Margem sul: Vítima caiu atingida por tiro no peito
Padeiro assassinado por dois assaltantes
Segundos antes de morrer, António Ferreira, um distribuidor de pão, de 52 anos, pediu uma bica à dona do café Carcar, em Fernão Ferro, Seixal, margem Sul do Tejo.
Nesse momento, dois outros clientes que estavam no estabelecimento tentaram roubar o fio de ouro que António trazia ao pescoço. Ele resistiu – e foi atingido no peito por um tiro de revólver. Teve morte imediata.
Os dois suspeitos aparentam 20 anos, são negros e vestiam roupa desportiva. A Polícia Judiciária de Setúbal e a GNR e a PSP de Almada, ontem à noite, ainda não os tinha encontrado. Ao que o CM apurou ambos chegaram ao café Carcar pelas 07h30, num Fiat Uno cinzento – carro que tinham roubado à mão armada, horas antes, na Quinta do Conde.
António Ferreira, que andava na distribuição de pão, chegou às imediações do café uns 15 minutos depois deles: estacionou a carrinha Nissan Cabstar e entrou. Era fornecedor do café Carcar.
“Há anos que ele distribuía pão nesta zona” – disse ao CM Heitor Ribeiro, amigo de António Ferreira.
Já no interior do café e segundo o relato que a proprietária do estabelecimento fez às autoridades policiais, António Ferreira pediu uma bica. O fio de ouro que trazia ao pescoço chamou a atenção dos dois jovens que também estavam ao balcão.
“Um empunhou o revólver, enquanto o outro lançou-se ao pescoço da vítima para lhe tirar o fio. António Ferreira lutou. Foi então atingido a tiro. A bala entrou abaixo da traqueia e causou-lhe morte imediata”, disse ao CM uma fonte policial.
Os dois homens abandonaram rapidamente o local do crime. Deixaram o Fiat Uno à porta do café – e arrancaram na carrinha da vítima, que abandonaram a dois quilómetros dali. Neste local, apontaram a arma ao condutor de um Opel Astra e roubaram-lhe o carro.
À hora de fecho desta edição ainda eram procurados pela Polícia.
COOPERAÇÃO ENTRE POLÍCIAS
A investigação da morte de António Ferreira está a cargo de uma brigada da secção de homicídios da Directoria de Setúbal da Polícia Judiciária – que, segundo apurou o CM, conta com a colaboração do Núcleo de Investigação Criminal da GNR e a PSP de Almada. “O conhecimento que a PSP e a GNR têm da área envolvente ao local do crime e dos gangs que por ali se movimentam é muito importante”, disse ao CM fonte policial. Para já, pouco se sabe sobre os dois suspeitos. Apenas que são negros, aparentam 20 anos – e, acreditam as autoridades, são residem na margem Sul.
OUTROS ASPECTOS
VIÚVA E DOIS ÓRFÃOS
António Ferreira é natural de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, mas reside há vários anos no Fogueteiro, Seixal. Deixa viúva, um filho e uma filha, ambos maiores de 18 anos.
À QUEIMA-ROUPA
Fontes policiais garantem ao CM que o disparo de revólver que vitimou António Ferreira foi feito à queima-roupa.
ÚNICA TESTEMUNHA
A única testemunha do crime que vitimou António Ferreira é a proprietária do café Carcar. Nas horas que se seguiram à morte do distribuidor de pão, a comerciante, apesar do choque, ajudou a Polícia Judiciária de Setúbal a fazer retratos-robôs dos dois suspeitos do homicídio.»
Miguel Curado, Correio da Manhã, Junho de 2006
Em sexta-feira, outubro 17, 2008 9 comments
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Em quinta-feira, outubro 16, 2008 1 comments
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Em terça-feira, outubro 14, 2008 2 comments
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Em quarta-feira, outubro 08, 2008 5 comments
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Em sábado, outubro 04, 2008 6 comments
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Em sexta-feira, outubro 03, 2008 15 comments
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Em segunda-feira, setembro 22, 2008 12 comments
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Sou um dos arguidos do processo contra os nacionalistas a ser julgado em Monsanto. Antes de mais quero dizer que não sou skin, nem nunca fui, e apesar de tal não ser crime deixo esse esclarecimento. Não sei qual o objectivo, sobretudo da imprensa, em catalogar este processo como "dos skins" já que a maioria dos arguidos, que confesso nem conheço, julgo também não o serem.
Sei que essa designação carrega consigo uma carga negativa, que não corresponde à realidade, e que por isso se trata de mais uma forma de discriminação: cataloga-se todos como skins, ou seja "elementos associados a distúrbios", e portanto à partida condenados nem que seja na opinião pública. Dessa forma essa mesma opinião pública, diferente da opinião publicada, aceitará melhor as possíveis condenações.
Mas não é verdade que o que esteja a ser julgado em monsanto sejam apenas actos violêntos ou, como disse um inspector da judiciária, algo relacionado com "terrorismo ideológicamente motivado".
Os factos que esses inspectores trouxeram ao julgamento relacionavam-se, quase todos, com encontros e manifestações, relações de amizade ou escritos na internet. Classificar isto como "terrorismo" só pode ser escola do Rui Pereira, que também o fez em relação ao caso do milho transgénico, o que é obviamente um disparate. Se o fizesse em relação à tentativa de ataque à sede do PNR, por encapuçados munidos de cocktails molotof, teria tendência a estar de acordo.
Em relação à actividade pública e política dos nacionalistas não. Falar de "terrorismo", com aquela leviendade, quando não ha assassinatos selectivos de políticos ou bombas a rebentar em Portugal, é no mínimo caricato. Ainda que, pelo andar da carruagem e da maneira como se abriu as portas do país a todo o tipo de gente, é provável que isso seja apenas uma questão de tempo. Depois não venham dizer que "bem avisaram", chamando "nacionalistas" à ETA, porque esses é que são terroristas, não activistas políticos.
Mas a negação da justiça a que me quero referir não tem a ver com isso, apesar de ser óbvia a perseguição política e manipulação judicial do processo desde o seu primeiro minuto. Refiro-me ao facto como decorrem - todos - os julgamentos em Portugal. Um juiz, ou grupo de juízes, sentado na mesma mesa do representante do Ministério Público, que pelos vistos anda sempre junto com aqueles, não me parece correcto. Mas não é essa a questão, aliás bastante discutida penso eu, que julgo ser motivo de não se conseguir justiça em tribunal.
Como é que é possível que as testemunhas de acusação, sobretudo os técnicos da Polícia Judiciária, sejam confrontados directamente apenas pelos advogados? Porque é que os próprios arguidos, os melhores conhecedores dos factos de que são acusados, não podem interrogar directamente as testemunhas?
Imagine-se um julgamento de um cientista que durante 10 anos se dedicou a estudar determinado fenómeno. Chega-se a tribunal e quem pode interrogar alguém que o acuse de alguma coisa relacionada com a sua área? Um advogado que nunca entrou sequer no planetário. Imagine-se o tipo de perguntas ou a forma como facilmente um procurador ou inspector da judiciária manipula, ou mente, a seu bel prazer. Ao cientista resta-lhe, depois, fazer as suas alegações finais, no entanto sem que estas contem para a produção de prova.
Eu assisti a episódios no mínimo caricatos: supostos técnicos informáticos da PJ a afirmarem - sob juramento! - que chegaram à identificação de determinado indivíduo através do IP do computador apreendido. Ora, antes de mais, com uma busca a um disco rigído (que foi o que foi feito, nem sequer uma peritagem) não é possível saber o IP de determinado site, blog ou mensagem. Além disso, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de informática sabe que um IP não determina, ou prova, quem é o seu utilizador. Acresce que em Portugal a quase totalidade dos IP são dinâmicos - ao contrário do que afirmou o referido "técnico" da PJ - , pois um IP (e até um computador) pode ser usado por várias pessoas diferentes. Já nem vou entrar no campo do "wireless" ou das "networks" porque não vale a pena.
Mas, por exemplo, imagine-se um caso em que esteja a ser julgada uma ameaça feita por SMS de telemóvel. Determinada pessoa recebe uma mensagem de um número, apresenta queixa, e a polícia descobre de quem é o número que enviou a mensagem. Faço a resslva que não foi isso que se passou no nosso processo, porque nem sequer se chegou ao "número emissor". Mas a pergunta é, descobrindo o dono do telemóvel emissor é certo que isso o torna suspeito, mas será que prova - e a questão é provar e não suspeitar - que tenha sido o proprietário a fazer a ameaça? Então e se a companheira, ou um colega ou amigo, pegou no telemóvel e enviou a SMS? Condena-se o inocente porque os técnicos da PJ "tinham a certeza absoluta, segundo a sua convicção e anos de experiência", e porque é necessário um culpado à força?
No Tribunal de Monsanto assistiu-se a algo parecido, mas de uma forma muito mais susceptível de manipulação, vista a postura dos referidos inspectores: era necessário acusar, justificar uma acusação ignóbil, e portanto qualquer coisa servia para justificar a incrível perseguição política que foi movida contra os arguidos. Mesmo dizer que "pela minha vasta experiência técnica concluí que o IP indicado pertencia a determinado arguido". Uma mentira descarada, e facilmente desmontável, caso fossem os próprios arguidos a contra-interrogar, no momento, e não advogados (e já agora procuradores e juízes) que pouco se sentem à vontade no complexo mundo da internet.
E também por aqui, nestes meandros, se assistiu a uma forma de injustiça e não à completa descoberta da verdade. Tudo ficou muito no ar, deixado para a interpretação própria do colectivo (imagine-se que dois dos juízes são intolerantes comunistas?), baseado em opiniões de pseudo-peritos da judiciária que mais não vieram que fazer o frete ao Ministério Público, e assim se acrescentou mais uma "discriminação" num processo que é política até ao tutano.
Claro que essa vertente política de um processo estúpido e mafioso está camuflada pelos tais "crimes conexos", que também os há, e que a serem provados devem ser condenados. Mas coisa muito diferente foi a forma como o inquérito foi feito, como a acusação está construída, e sobretudo a forma como se tratou os arguidos no Tribunal de Instrução Criminal: mal foram ouvidos, com acusações falsas e levianas, e logo se os meteu na cadeia (preventivamente, claro).
Mais tarde, todas essas falsas acusações, levantadas no TIC, simplesmente desapareceram da acusação ou vieram a revelar-se uma absoluta nulidade durante o julgamento. Mas a injustiça estava feita e já tinha passado mais de um ano, com os arguidos em prisão preventiva ou domiciliária, e foi também por isso que o juiz João Felgar resolveu terminar com essas medidas pouco tempo depois do julgamento iniciar.
Veremos no final se serão reparados alguns dos erros - porque outros são tão profundos e estimgatizantes que já não é possível - e se alguns nacionalistas vão ser alvo de compensações como têm sido algumas figuras da sociedade portuguesa, nomeadamente ligadas ao Partido Socialista.
Em quarta-feira, setembro 10, 2008 0 comments
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Em sábado, maio 17, 2008 7 comments
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Os jornais e televisões anunciaram, Mário Machado foi libertado do Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, onde permanecia desde o dia 18 de Abril de 2007. As pulseiras electrónicas também foram retiradas a Vasco L., José Amorim e Paulo Maia. Mais pormenores serão transmitidos na sessão de amanhã, no Tribunal de Monsanto.
"Através de recursos cada vez mais eficazes de manipulação da mente, as democracias transformarão a sua natureza; as velhas formas pitorescas – eleições, parlamentos, Supremos Tribunais e tudo o mais – subsistirão. A sua essência será um novo tipo de totalitarismo não-violento. Todos os nomes tradicionais, todos os slogans consagrados permanecerão tal e qual como nos velhos tempos; a democracia e a liberdade serão os argumentos de todas as emissões radiodifundidas e de todos os editoriais (…). Entretanto, a oligarquia dirigente e a sua altamente treinada “elite” de soldados, polícias, forjadores de pensamento e manipuladores de cérebros conduzirão tranquilamente o espectáculo como lhes apetecer." - Aldous Huxley in "Regresso ao Admirável Mundo Novo" (1959), retirado do blog Inconformista.
Barricado em prisão preventiva
«O homem que quinta-feira reteve magistrados e funcionários judiciais no Tribunal de Gaia, barricando-se em seguida, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, decidiu hoje o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto.» - Fonte SIC
Em sábado, maio 10, 2008 1 comments
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«Sou a pessoa mais anti-racismo e mais democrata que conheço. Nas escalas de racismo devo pontuar no mínimo; e nas escalas de democraticidade estou crente que pontuarei no mais alto (por exemplo, não conheço ninguém na blogosfera que tenha suportado durante 23 meses, desde o início do blogue, insultos e calúnias várias vezes ao dia, contra mim e pessoas que me são próximas, na caixa de comentários sem ter apagado um só comentário em minha casa...). Estou, portanto, à vontade para dar a minha opinião sobre o tema do julgamento de Monsanto de elementos ligados à extrema-direita racial.
No caso do julgamento de Monsanto distingo o seguinte: é dever do Estado punir a violência e demais crimes relacionados; não é legítimo punir a defesa e a promoção de ideias políticas, desde que não constituam um apelo ao crime, como a violência contra alguém. Acho, aliás, uma restrição inadmissível à própria democracia o n.º 4 do art. 46.º da Constituição da República de proibição de organizações de "ideologia fascista", um resquício programático do texto constitucional. Discordo frontalmente da ideologia, mas defendo o direito de expressão livre de ideias políticas, desde que não promovam o crime. Sou um democrata visceral e defendo até ao extremo a liberdade.
Como se sabe, tenho ideias diversas, opostas, no que respeita ao tema das etnias e culturas, e a atitude face à ideologia fascista, àqueles que estão a ser julgados, mas isso não inibe o meu juízo de que têm direito à expressão das ideias que entendam, desde que não promovam o crime. Entendo que o valor da liberdade de expressão é quase-absoluto, cedendo apenas perante o cometimento e promoção de crimes aberrantes e violentos, como a pedofilia, morte, violação, agressões.
A ideologia de cada um não deve ser julgada e punida. Não me parece que deva ser perseguido o direito de expressão, muito menos o direito de ler e de pensar. Acho que se tem de distinguir esses direitos inalienáveis do cometimento de crimes violentos ou até de injúrias - e com esses não pode haver omissão, nem tolerância.
Mais ainda, importa sublinhar, com pena, o aproveitamento político da coincidência da oportunidade da acção policial/Ministério Público com a promoção mediática dos valores ideológicos dos costumes de esquerda radical que o Governo lança para calar as vozes críticas que protestam contra a política socratina ultra-liberal de extrema-direita capitalista.
***
E digo isto tudo com a consciência clara de que esta expressão de defesa de liberdade e de repulsa da repressão de delitos de opinião distintos dos delitos de violência e outros eventuais crimes de quem pensa até o oposto de mim, no momento em que o faço, será aproveitada pelos defensores da pedofilia e da corrupção na orquestração, insulto, ameaça e perseguição, que contra este blogue e o seu autor promovem desde há quase cinco anos, dizendo precisamente o contrário, torcendo e truncando (a maior prova da desonestidade é a truncagem do que alguém escreve...) o que aqui sempre e agora digo. E direi. Custe essa liberdade política e responsabilidade moral o preço que me tenha custado e venha a custar.»
Fonte: http://doportugalprofundo.blogspot.com/2008/05/liberdade-de-expresso-violncia-e.html
Em sábado, maio 03, 2008 2 comments
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"Queria apenas esclarecer alguns pormenores a propósito da notícia divulgada pelo Correio da Manhã no dia 30 de Abril de 2008. Antes de mais não sou líder skin nenhum, nem nunca fui skin na vida quanto mais seu dirigente ou líder. Depois é falso que esse guarda prisional tenha sido agredido, por mim ou pelo Mário Machado, e é estranho que estando dezenas de guardas presentes tenham sido apresentadas apenas três testemunhas que dizem não se lembrarem de detalhes ou não terem visto o que se passou. É pena que não tenha havido um único a conseguir esclarecer o tribunal sobre a situação referida. Por isso, o Correio da Manhã devia ter mais cuidado com as mentiras que divulga, apresentadas em jeito de notícia sensacional, que apenas servem para vender papel de uma forma irresponsável. Continuam com as mentiras sobre a minha pessoa."
«Essa "associação de malfeitores", termos consignados nos mandatos de captura, preparava-se, fria e determinantemente, para reinstituir o crime, o latrocínio, o assassínio (...) desejaríamos que a lista com os nomes dos cidadãos a abater pelos fascistas fosse tornada pública.» in Diário Popular 3/10/74» - Ler aqui no Prisões de Abril, a propósito do actual processo a decorrer em Monsanto: «Eu pretendo, tu pretendes, ele pretende...»
«Muitas das prisões efectuadas depois de 25ABR74, e de que agora há queixas, foram ordenadas e efectuadas pelo Comando Operacional do Continente (COPCON). Porém, algumas delas a pedido de outras entidades, a saber, do Serviço Director e Coordenador da Informação (SDCI), do Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP, da Comissão ad hoc para o "28 de Setembro", da Comissão de Inquérito ao "11 de Março", do Gabinete do Primeiro Ministro, do Gabinete do Almirante Rosa Coutinho.
Salvo quanto aos pedidos de detenção formulados pelo Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP, que já constavam de mandado de captura e que o COPCON se limitava a executar, era o COPCON que emitia o mandado, assinado pelo Adjunto do Comandante, mais tarde Comandante
Está averiguado que esta entidade assinou em branco muitos impressos de mandados de captura, alguns dos quais saíram assim do COPCON. Em grande parte das prisões, o motivo invocado foi a suspeita de o detido pertencer a uma associação de malfeitores - art. 263.º do Código Penal - construção jurídica que levantou justificados reparos, sendo certo que com ela se pretendeu formalizar a prisão de pessoas sem culpa formada». (Página 11 do Relatório da Comissão de Averiguação de Violências sobre presos sujeitos às Autoridades Militares -1976)»
Fonte: http://abrilprisoesmil.googlepages.com/
«O presidente do colectivo de juízes do Tribunal de Monsanto, em Lisboa, que julga os 36 arguidos arrolados no processo dos skins, apelou ontem aos advogados de Defesa e ao Ministério Público que “evitem referências ideológicas” nas suas argumentações para permitir “um andamento mais célere do processo”. Agastado com as constantes questões colocadas aos três inspectores da Polícia Judiciária que testemunharam nas últimas quatro sessões, João Felgar recordou que “a análise ideológica não tem relevo para efeitos probatórios, nem são relevantes para o julgamento”. “Saber a posição política ou a ideologia de alguém não nos interessa para nada”, defendeu.» - Fonte CM
Entretanto, é preciso não esquecer que foram, precisamente, motivos políticos e ideológicos que colocaram Mário Machado na prisão e que «motivaram» a aplicação de medidas de coacção a todos os arguidos. Basta ler o despacho de acusação, como fez Marinho Pinto, para perceber claramente que o artigo 240º, que foi o artigo que tem a moldura penal que permitiu que essas medidas fossem aplicadas, refere-se a política e ideologia, não a nenhum acto em concreto...
Excerto de um texto do autor do blogue ' do Portugal Profundo' e que expressa bem aquilo porque passam as pessoas que são perseguidas pelo regime vigente, socializante, subtilmente (ou talvez não) opressor e inquisidor.
«(...)Sem receber um tostão de publicidade ou de outro meio, pelo contrário tendo de arcar com os custos e outros prejuízos relacionados com os processos judiciais: dinheiro, tempo, tranquilidade.(...) Os resultados não são apenas esses, mas também resultados negativos. Uma busca nocturna de minha casa e outra busca nocturna a casa de minha mãe,e a busca do carro de minha mulher comm as crianças lá dentro, por causa da suspeita do gravíssimo crime de desobediência simples (de que fui absolvido); a apreensão da minha tese de doutoramento (!) durante sete meses; quatro processos (um que fui absolvido de desobediência simples, com o veredicto a ser confirmado pela Relação de Coimbra; outro por queixa de Paulo Pedroso, que pretendia a eliminação do meu blogue e a confiscação do meu computador, que foi arquivado pelo Ministério Público, sem uma desculpa! (...) a consciência de que até num ambiente de crime, corrupção e abuso - ou por causa disso mesmo!... - o sistema judicial (e a lei) tende a proteger mais a depauperada honra dos políticos, mesmo quando referidos em processos judiciais gravíssimos, do que a liberdade de expressão dos cidadãos, acabando por colaborar na bofetada do poder político aos cidadãos activos (Strategic Litigation Against Protecting People - SLAPP), na mordaça e auto-silenciamento. E, ainda nesta deriva para-ditatorial do Estado, a inevitável perseguição profissional coincidente.(...) E, na caixa de comentários Do Portugal Profundo, os insultos e calúnias diárias a mim, família, denunciadores da pedofilia na Casa Pia e investigadores e magistrados desse processo, sofridas várias vezes ao dia durante estes anos, numa tara demente e compulsiva. Mas ainda os avisos pessoais de "organizações" ex-discretas, os insultos na imprensa de confiança por amigos dos referidos. (...) Mas principalmente o apoio e solidariedade da família, amigos, alunos, colegas, conterrâneos, emigrantes, estrangeiros, de companheiros rijos de jornada que nos seus sítios também combatem pela mudança e me ajudam, de tanta gente que lê, comenta, escreve noutros blogues, envia mails, telefona, manda cartas, reza por mim, segreda encorajamento (jornalistas...) e pede desculpa por o sistema não os deixar assumir a luta ou assume o risco por não aguentar mais a degradação do País. Deus os abençoe! Ainda que sem esse apoio me mantivesse na luta enquanto pudesse, esse conforto e responsabilidade são um auxílio inestimável no meio das perseguições e dificuldades. Tudo, todos, gente que, além da denúncia, pede acção política e vai tê-la.» - Excertos retirados do blogue do Portugal Profundo.
Faz hoje um ano que duas centenas de agentes da PJ e DCCB entraram nos domicílios de 50 pessoas à procura de livros, camisolas e autocolantes. Pelo caminho encontraram umas dez armas de fogo, outros tantos punhais e espadas de colecção, e os respectivos computadores pessoais ou profissionais. Doze dessas pessoas foram detidas pela Procuradora do Ministério Público. Presentes ao Tribunal de Instrução Criminal, um deles ficou em prisão preventiva, três em prisão domiciliária, os restantes com apresentações diárias ou semanais às autoridades. Não havia suspeitos de homicidios, violadores ou pedófilos, eram todos suspeitos de "discriminação racial ou religiosa". No julgamento que teve início em 8 de Abril, o chefe da investigação, Pedro Prata, teve oportunidade de opinar sobre aquilo que considera "criminalidade política e ideológica". O Director Nacional Adjunto da DCCB, Luís Neves, depois de várias horas a teorizar sobre o assunto e sobre "o perigo da extrema-direita", quando perguntado pelo Juiz João Felgar sobre se conhecia "actos concretos de discriminação racial, ou sua preparação", respondeu "não me recordo...". Era o Director Nacional Adjunto, que soube explicar actividades e datas de manifestações, mas não sabia de nenhum acto concreto de discriminação racial.
PRISÕES DE ABRIL, do blog Sexo dos Anjos.
«Um ano depois da gigantesca operação policial-político-mediática contra a chamada extrema-direita (um problema inventado para distrair dos que existem), começou o julgamento em Monsanto. Para além dos delitos de pensamento, ainda não deu para perceber o que poderá sair do saco vazio da acusação. O julgamento ameaça tornar-se um fiasco escandaloso; parece-me sintomático a esse respeito que a grande imprensa, tão solícita logo no início em explorar o sensacionalismo do assunto, que prometia, começa a mergulhar num silêncio embaraçado.»
SENTENÇA NA HORA, do blog Nova Frente.
«Começou no Tribunal de Monsanto o «processo dos skinheads», assim denominado para meter impressão e assustar as velhinhas. Trata-se do mesmíssimo tribunal onde foram julgados e depois absolvidos os 64 terroristas das «FP-25 de Abril», que respondiam por um extenso rol de homicídios e assaltos à mão armada. E trata-se, é bom ver, do mesmíssimo regime que, ainda há dois ou três meses, ensaiou alcandorar a heróis os regicidas de 1908.Se os réus deste processo forem culpados de ofensas ou ameaças, como (também) consta da acusação, nada oporei a sentença condenatória. Tenho defendido vezes sem conta o valor da segurança e a luta contra a criminalidade, seja esta de que matiz for. Mas o caso presente, quer-me parecer, está inquinado desde início pela água choca da perseguição política. Disto mesmo se deram conta analistas insuspeitos como Pacheco Pereira, Joaquim Letria, António Barreto e, mais recentemente, o próprio bastonário da Ordem dos Advogados.A rusga policial que abriu a trama em Abril de 2007 teve aspectos caricatos e quase anedóticos, com apreensão de livros e material de propaganda. Logo após, coincidindo com a entrada em vigor do novo Código de Processo Penal, trataram de libertar assassinos, violadores e pedófilos, enquanto deduziam à pressa, pela madrugada fora, acusação contra os arguidos. Há dias anunciou-se a vontade de julgar os mais de trinta réus em 15 dias, pelo motivo implícito dos prazos da prisão preventiva, fazendo-se assim uma aplicação «simplex» da Justiça. Agora é a imprensa que noticia que o principal arguido foi inquirido sobre as suas «ideias políticas», como se estas fossem relevantes para a determinação de eventuais crimes.Deitei o olho por portas travessas a alguns textos, acusações e despachos do Ministério Público e dos tribunais. Se fossem revelados, certos trechos passariam a integrar qualquer antologia da tolice. Os procuradores deixam entrever a espessa crosta de ignorância enciclopédica sempre que deixam de linguajar o «direitês», vernáculo de juristas sabidos e comprometedores. Topa-se à légua a prosa reles dos processos de intenção. Nesses textos, a espaços, teorizam toscamente sobre a «essência fascista», as «ideias nacionais-socialistas», a «raça» e a «negação da Holocausto». Seria um fartote se não constituísse a base da acusação que impende sobre dezenas de arguidos. Ao lê-los asneirar tão grosseiramente sobre matérias estritamente políticas, de uma coisa fiquei convencido: fossem os rapazes do Bloco de Esquerda e, ainda que houvesse outros delitos menores, não teria sido deduzida acusação alguma.»
ESTÃO COM PRESSA?, do blog O Insurgente.
«Começou hoje o julgamento dos 36 skinheads que têm em Mário Machado o seu elemento mais notório. Este grupo é acusado de crimes variados, tais como: ofensas corporais, posse ilegal de armas, discriminação racial, entre outros.Parece que, pela primeira vez (que me recordo) em Portugal, há a intenção de assegurar a prontidão do julgamento. Óptimo, pensamos nós - é desta que a Justiça vai passar a ser célere no nosso país e, com um bocadinho de sorte, antes do final do ano já temos decisão. Ora, apesar da gravidade das acusações, o colectivo (até aqui há colectivos!) de juízes é bem mais ambicioso do que poderíamos imaginar no que toca ao objectivo para a data de conclusão do processo - dois meses!Aparentemente toda esta pressa deve-se ao facto de estar quase a terminar a prisão preventiva de Mário Machado, o que preocupa sobremaneira os nossos magistrados. Já lhes preocupa menos que ele se encontre há um ano a aguardar julgamento na prisão.Acho que, no fundo, tudo isto tem origem num erro de tradução: os responsáveis pela Justiça em Portugal ouviram falar no conceito de speedy trial e imaginaram, erradamente, que a parte do speedy referia-se à duração do julgamento. No entanto, a ideia não é apressar o julgamento para que este esteja concluído antes do final de uma prisão preventiva mas sim acelerar a preparação da acusação para que o período de prisão preventiva seja tão curto quanto possível.
PS: De forma a evitar as acusações de fascismo que, de tempos a tempos, são gentilmente feitas aqui ao pessoal da casa, aproveito para declarar que não nutro qualquer simpatia pelo senhor em questão, muito menos pelas políticas/teorias que defende. Mas tal não me impede de achar que a forma como este processo tem sido conduzido tem muito de influência política.»
Em quarta-feira, abril 16, 2008 0 comments
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Em domingo, abril 13, 2008 3 comments
Labels: Justiça
«Começa amanhã, 10 de Abril de 2008, pelas 9:30 da manhã, no Tribunal da Boa-Hora, 3.ª Vara Criminal, em Lisboa, o meu julgamento, por tribunal colectivo, no qual sou acusado de 49 crimes de difamação a Paulo Pedroso, por queixa intentada por este, relativamente a posts que escrevi neste blogue Do Portugal Profundo. (...) O adiamento não alivia, suspende. Costas moídas por quatro processos políticos de alegados delitos de informação política e de opinião política em três anos e meio de blogue, os músculos retesam-se, habituados ao sacrifício pessoal, e a moral prepara-se para honrar os princípios que seguimos e a responsabilidade de cidadania que nos impõem. Nesta hora, e nas outras todas, que são as do combate pelo desenvolvimento social, lembro todos aqueles que sofrem perseguição e injustiça por causa da expressão das suas ideias, em especial aqueles que padecem processos judiciais por esse motivo. Muito mal vai uma sociedade que prefere a protecção daqueles que são poderosos em detrimento da liberdade de expressão dos simples cidadãos. A democracia representativa em Portugal chegou ao nadir do seu percurso: a opressão dos cidadãos pelo poder que os deveria representar e defender.(...)»
Retirado do blogue Do Portugal Profundo.
De qualquer forma «teve sorte», pois não ficou em prisão preventiva, a aguardar julgamento por causa daquilo que pensa ou diz. A tal treta que o Adelino Caldeira falava, em Abril de 74...