EPPJ - 25 de Abril 2007 - Mário Machado

«Se alguém se encontrar na situação de não poder defender os seus direitos, quaisquer que sejam as circunstâncias, contra a agressão de um determinado grupo de pessoas, não há limite para as exigências que lhe serão feitas, nem para as humilhações que terá de aceitar» - Winston Churchill
Irmãos, camaradas e amigos,
Passou uma semana desde o meu encarceramento, da prisão domiciliária de outros três nacionalistas, da obrigatoriedade de apresentação diária ou tri-semanal de outros seis, e ainda a implementação de Termo de Identidade e Residência a cerca de duas dezenas.
Na semana que se celebra a “liberdade” os nacionalistas não têm motivos para festejar, pois essa liberdade ainda não lhes chegou e com o decorrer dos tempos tem vindo a ficar cada vez mais limitada, sendo o poder político responsável pela consecutiva caça às bruxas típico de um regime inquisitorial onde os nossos activistas são levados à fogueira do politicamente correcto.
Estou submetido ao chamado segredo de justiça, ao contrário da acusação que se serve do mesmo para ardilosamente e com a parceria dos Media fazerem da mesma um facto consumado e levar à condenação antecipada do arguido, sem que este veja acautelados os seus direitos, nomeadamente da presunção da inocência até prova em contrário, e do acesso ao processo para melhor defender o seu direito ao bom nome.
Mas, curiosamente, esta semana num programa da RTP a jornalista Judite de Sousa questionava António Vitorino sobre o processo que somos alvo e este viola claramente a lei ao referir “as escutas telefónicas ao líder da FN são preocupantes, fala-se de ataques a pessoas de esquerda”. Ora qualquer indivíduo que mostre saber factos que estão reservados, pelo segredo de justiça, apenas ao Procurador do Ministério Público e ao Juiz, deverá responder em tribunal para esclarecer como tomou conhecimento do mesmo para à posteriori ser acusado ou não da violação daquele preceito. O crime que o talvez Dr. ou Eng. Vitorino cometeu foi público, mas obviamente este nunca será importunado.
Não descreverei por enquanto os pormenores da minha detenção e do que julgo ser uma orquestração para erradicar o nacionalismo. Mas é um facto que não temos sequer direito a uma breve declaração, já para não lembrar o tempo de antena dado a criminosos ligados à pedofilia ou a casos de corrupção, nem a um simples telefonema de um dos jornalistas que tantas manchetes fizeram a nosso propósito, para explicarmos os contornos e motivos da perseguição de que estamos a ser alvo.
Em relação à comunicação social, toda ela dependente dos lobis que os manietam, tem falhado e muito na campanha de desinformação e demonização que está a ser feita contra os nacionalistas, e posso dar um exemplo bastante esclarecedor da ambiguidade e dualidade de critérios que estes têm mostrado, por exemplo com os terroristas assassinos das FP-25 que esta semana foram tratados como heróis quando são responsáveis pela morte de pelo menos nove pessoas, entre elas uma criança de quatro anos, assaltos a bancos e a carrinhas de valores, extorsão, sequestros e raptos, atentados à bomba, ofensas corporais graves, etc.
Sobre eles dizem os jornalistas que eram actos revolucionários e que serviram para financiar a luta política, sendo assim, parece que tudo é legítimo quando se trata da extrema-esquerda e tudo é ilegal quando se trata da “extrema-direita”, até escrever umas linhas pode constituir um “crime horrendo” aos olhos da escumalha de Abril.
A minha prisão não está a ser fácil, não é para ninguém e muito menos para um nacionalista, sendo que até à data não tenho qualquer queixa do sistema prisional que tem sido normal, nos vários serviços, quer comigo quer com qualquer outro recluso, pelo que me dá a perceber. Dentro dos possíveis a minha segurança está garantida, portanto podem os mais apreensivos estar descansados.
O que mais me desmotivaria e que me levaria provavelmente a arrepender-me de tudo o que já abdiquei pelo movimento nacionalista, principalmente a infância dos meus filhos que estou agora a perder, seria que os meus camaradas desistissem da nossa luta, vergando-se assim aos políticos traidores e seus lacaios que oprimem a nossa voz.
Aproveito para lembrar aos meus camaradas que a nossa luta é política e não é a do caminho para a qual nos querem empurrar, e peço que por favor não se deixem manipular e continuem a dar cartas no activismo nacionalista e que ajudem o PNR a alcançar o objectivo 2009, a entrada de José Pinto-Coelho no Parlamento para que seja a voz de todos os que ao longo destes 30 anos se divorciaram da chamada classe política. O Partido e este homem precisa de vocês e mais ainda precisam os portugueses!
A terminar, quero agradecer a todos o apoio que têm demonstrado, das mais variadas formas, e infelizmente durante os próximos tempos vai-me ser difícil retribuir, mas tenham a consciência que ficarão para sempre no meu coração.
Nunca me vergarão!!!

Mário Rui Valente Machado
E.P.P.J.
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1169-007 Lisboa

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